Imagine um futuro em que é possível fazer o download de uma vacina, imprimi-la, aplicá-la em um paciente e evitar o contágio de uma doença epidêmica. Parece impossível? Para o geneticista Craig Venter, este futuro não está tão distante assim, conforme afirmou durante a Wired Health Conference.
Segundo a Wired Science, o cientista, um dos primeiros a sequenciar o genoma humano e pioneiro criar um organismo vivo a partir de um genoma sintético, juntamente com seu time já estão testando a possibilidade de desenvolver uma impressora 3D biológica. Desta forma seria possível reproduzir microorganismos artificialmente.
O funcionamento do aparelho seria semelhante às atuais impressoras 3D. A partir de um arquivo com todas as informações do projeto, o aparelho reproduz cópias fieis com os materias dos quais dispõe. No caso do sistema de Venter, os 'cartuchos' seriam compostos com elementos químicos como os pares de base que compõem o DNA.
O geneticista teme, no entanto, que a máquina não consiga reproduzir com 100% de fidelidade o projeto inicial. Pequenas mudanças podem alterar as proteínas e fazê-las funcionar de um jeito diferente do planejado.
Venter lembrou da epidemia com a gripe H1N1 no México em 2009, quando o governo não permitia que o vírus deixasse a cidade. Ele afirma que, se o vírus pudesse ter sido distribuído pela internet e replicado em outras localidades, as vacinas poderiam ser desenvolvidas mais rapidamente e a doença poderia ter sido contida mais cedo.
O cientista, no entanto, vê o controle e a regulamentação como um ponto chave para o funcionamento deste sistema. "Nós recebemos uma tonelada de e-mails de spam. Pessoas vendem remédios falsas pelo lucro. É um mundo sujo lá fora", afirmou Venter.