Recentemente o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou que
todas as transmissões analógicas de televisão serão desligadas em 2016.
No entanto, o próprio ministro reconhece que o sistema digital ainda não
é muito popular no país. As emissoras nacionais mais famosas já contam
com todos os equipamentos de captação e transmissão digital. Mas, as
pequenas emissoras estão bem despreparadas, principalmente no interior
do Norte e Nordeste.
A TV Universitária, afiliada da TVBrasil localizada em Boa Vista (Roraima), por exemplo, diz ter outras prioridades. Por lá, nem a internet tem boa velocidade e os jornalistas do canal têm dificuldades até para enviar emails e matérias à rede nacional. Por conta disso, o assunto TV digital ainda nem está em pauta.
No Maranhão, o cenário não é muito diferente. Paulo Falcão, diretor geral do Grupo Zildeni Falcão, que contempla a TV São Luiz, TV São Mateus e MTV São Luiz, na capital maranhense, conta que as emissoras do interior do Maranhão - e do Nordeste em geral - nem pensam no digital. "Para o pequeno empresário é muito difícil fazer esse investimento. O dinheiro não volta na mesma proporção", conta o diretor, que desembolsou R$ 2 milhões para digitalizar a TV São Luiz. Ele afirma que o canal não deve faturar o suficiente nem mesmo para pagar a prestação mensal do banco.
Além do velho problema de dinheiro, outra grande preocupação é a potência estabelecida pelo Ministério. Paulo acredita que com o sinal digital ele terá 10% da cobertura que teria com o analógico. No entanto, Marcelo Zuffo, professor do departamento de engenharia de sistemas eletrônicos da Escola Politécnica da USP, explica que isso não é verdade. As transmissões digitais precisam de menos potência, mas não diminuem a cobertura.
Outro detalhe que acaba desanimando as emissoras é que no interior do Maranhão – e de outros estados também - muitas pessoas ainda têm televisores preto e branco, e poucas podem comprar equipamentos digitais ou conversores. Apesar de existirem conversores digitais abaixo dos R$ 80, este valor ainda é inviável para um país como o Brasil. O Censo Demográfico 2010 indica que metade da população tem rendimento per capita de até R$ 375.
Há também mais uma dificuldade, que o governo pretende resolver no ano que vem: até o momento, muitas emissoras pequenas ainda não conseguiram o pedido de autorização para operar em sinal digital.
Com esses empecilhos, Paulo acredita que o Ministério terá de fazer ainda mais. O governo deve reavaliar o cronograma, pois o interior do Nordeste não estará preparado para a TV Digital até 2016. "Para as pequenas emissoras do interior será uma guilhotina. E para a população também. Imagine deixar esse povo sem ver seu programa favorito?", ressalta. "É preciso que o governo se sensibilize e veja a real situação do Brasil. Eles precisam viajar pelo interior do país para conhecer a realidade", completa.
A TV Universitária, afiliada da TVBrasil localizada em Boa Vista (Roraima), por exemplo, diz ter outras prioridades. Por lá, nem a internet tem boa velocidade e os jornalistas do canal têm dificuldades até para enviar emails e matérias à rede nacional. Por conta disso, o assunto TV digital ainda nem está em pauta.
No Maranhão, o cenário não é muito diferente. Paulo Falcão, diretor geral do Grupo Zildeni Falcão, que contempla a TV São Luiz, TV São Mateus e MTV São Luiz, na capital maranhense, conta que as emissoras do interior do Maranhão - e do Nordeste em geral - nem pensam no digital. "Para o pequeno empresário é muito difícil fazer esse investimento. O dinheiro não volta na mesma proporção", conta o diretor, que desembolsou R$ 2 milhões para digitalizar a TV São Luiz. Ele afirma que o canal não deve faturar o suficiente nem mesmo para pagar a prestação mensal do banco.
Além do velho problema de dinheiro, outra grande preocupação é a potência estabelecida pelo Ministério. Paulo acredita que com o sinal digital ele terá 10% da cobertura que teria com o analógico. No entanto, Marcelo Zuffo, professor do departamento de engenharia de sistemas eletrônicos da Escola Politécnica da USP, explica que isso não é verdade. As transmissões digitais precisam de menos potência, mas não diminuem a cobertura.
Outro detalhe que acaba desanimando as emissoras é que no interior do Maranhão – e de outros estados também - muitas pessoas ainda têm televisores preto e branco, e poucas podem comprar equipamentos digitais ou conversores. Apesar de existirem conversores digitais abaixo dos R$ 80, este valor ainda é inviável para um país como o Brasil. O Censo Demográfico 2010 indica que metade da população tem rendimento per capita de até R$ 375.
Há também mais uma dificuldade, que o governo pretende resolver no ano que vem: até o momento, muitas emissoras pequenas ainda não conseguiram o pedido de autorização para operar em sinal digital.
Com esses empecilhos, Paulo acredita que o Ministério terá de fazer ainda mais. O governo deve reavaliar o cronograma, pois o interior do Nordeste não estará preparado para a TV Digital até 2016. "Para as pequenas emissoras do interior será uma guilhotina. E para a população também. Imagine deixar esse povo sem ver seu programa favorito?", ressalta. "É preciso que o governo se sensibilize e veja a real situação do Brasil. Eles precisam viajar pelo interior do país para conhecer a realidade", completa.
Sobre as autorizações, o ministro garantiu, em entrevista, que até o fim do ano todas as 400 geradoras de TVs
já terão autorização para operar em sinal digital. "Isso quer dizer que
a emissora vai poder realizar transmissões digitais e analógicas, ao
mesmo tempo, até que o sinal analógico seja definitivamente desligado",
disse. "O próximo passo é a mudança para as retransmissoras (RTVs). O
prazo para que as RTVs iniciem o processo de consignação no MiniCom
termina no próximo ano, mas 1.700 já deram início ao processo, num
universo de 6.000 emissoras em todo o Brasil”, concluiu.
Outra forma de incentivo vem direto das fabricantes como a Linear, recém adquirida pela japonesa Hitachi Kokusai. A empresa mostrou uma linha de produtos que visa atender as pequenas emissoras. Os retransmissores são focados em baixo consumo de energia elétrica e, com a compressão de bps, o radiodifusor pode também baixar custos na distribuição do sinal via satélite.
Com a fusão, a Hitachi tem o objetivo de dobrar suas vendas em 2012 e quadriplicar em 2015 com produtos de alta performance e baixo custo. "Nosso objetivo é participar ativamente da expansão da TV Digital em todo o Brasil, seja em médias ou pequenas emissoras", comentou Yasutoshi Miyoshi, diretor geral da empresa.
Outra forma de incentivo vem direto das fabricantes como a Linear, recém adquirida pela japonesa Hitachi Kokusai. A empresa mostrou uma linha de produtos que visa atender as pequenas emissoras. Os retransmissores são focados em baixo consumo de energia elétrica e, com a compressão de bps, o radiodifusor pode também baixar custos na distribuição do sinal via satélite.
Com a fusão, a Hitachi tem o objetivo de dobrar suas vendas em 2012 e quadriplicar em 2015 com produtos de alta performance e baixo custo. "Nosso objetivo é participar ativamente da expansão da TV Digital em todo o Brasil, seja em médias ou pequenas emissoras", comentou Yasutoshi Miyoshi, diretor geral da empresa.