20 de jan. de 2012

GTA 3 volta para smartphones e tablets Android e Apple


GTA 3 (Foto: Divulgação)

Quando você pensa na franquia Grand Theft Auto, todo o conceito de mundo aberto em 3D e jogabilidade criados pela produtora Rockstar está baseado na terceira edição do game, mais conhecido pela sigla GTA  
Na época em que foi lançado, em 2001 como exclusividade inicial para o PlayStation 2, foi uma grande revolução na indústria de entretenimento eletrônico, elevando o nível de complexidade e exibindo um ambiente de tamanho nunca antes visto.

Pule dez anos na história. Hoje, tudo isso cabe em seu bolso. Para comemorar o aniversário do título, a Rockstar lançou o jogo para smartphones e tablets com os sistemas Android e iOS (da Apple, equipando o iPad, iPod touch e iPhone), uma emulação tão perfeita que consegue até mesmo receber as mesmas modificações que usuários aplicavam na versão para PCs.

Mas se está tudo tão ipsis litteris na volta das aventuras do protagonista Claude, uma grande dúvida surge: como fica a jogabilidade por meio do touchscreen? Os aparelhos aguentam o tranco com os gráficos? Houve censura? Vale a pena comprar na Android Market ou na App Store? Confira a seguir.
Gráficos que agradam

Grand Theft Auto III (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)Grand Theft Auto III (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)

Antes de tudo, saiba que a versão testada foi a do iOS, então poderá haver diferença de performance em outros aparelhos, para melhor ou não. Dito isso, há uma certa exigência de hardware para GTA 3 rodar bem, então confira a lista oficial da Rockstar de dispositivos suportados (alguns nem são comercializados no Brasil):
 
Apple iOS: iPad 1 & 2, iPhone 4 & 4S, iPod touch 4th geração
 
Android (smartphones): HTC Rezound, LG Optimus 2x, Motorola Atrix 4G, Motorola Droid X2, Motorola Photon 4G, Samsung Galaxy R, Samsung Galaxy S II, Sony Ericsson Xperia Play, T-Mobile G2x, Galaxy Nexus, Droid Bionic, DROID RAZR

Android (tablets): Acer Iconia, Asus Eee Pad Transformer, Dell Streak 7, LG Optimus Pad, Motorola Xoom, Samsung Galaxy Tab 8.9 and 10.1, Sony Tablet S, Toshiba Thrive

GTA 3 (Foto: Divulgação) 

Em comum, todos têm poder suficiente para aguentar os gráficos. Alguns aparelhos, como o Sony Tablet S, o Samsung Galaxy S II, iPhone 4S e iPad 2, naturalmente apresentam desempenho melhor. O TechTudo testou com esses dois últimos dispositivos da Apple e o game rodou tão bem quanto no PlayStation 2 em 2001, melhor em algumas coisas.

Isso significa pontos positivos e negativos. De bom, nota-se fluidez, resoluções maiores e uma quantidade de polígonos impressionante em um dispositivo móvel. Mas os gráficos não são nenhum Infinity Blade 2 (e nem seriam possíveis em um game assim, no momento), então há sinais claros da idade, como pop-ups (objetos que surgem do nada no cenário, principalmente prédios distantes), serrilhado e texturas pobres.

No geral, levando-se em conta as plataformas não-dedicadas a jogos e o tamanho dos cenários, o trabalho da Rockstar foi mais do que satisfatório. É do tipo de se pegar pensando “é o GTA de verdade rodando no meu celular”. Em geral, o resultado é semelhante ao da versão Liberty City Stories, do PSP, mas com uma resolução maior.


Touchscreen aceitável

Aqui a coisa fica complicada. Mesmo no PlayStation portátil da Sony, muito do gameplay foi perdido por conta da falta de botões suficientes em comparação com o joystick do PS2. A transição para a interface por meio da tela sensível ao toque foi, de certa forma, ainda mais problemática.
 
Em uma tela pequena como a do iPhone, é bem mais difícil de acertar os botões virtuais – ao dirigir, por exemplo, é fácil acabar perdendo uma curva por conta disso. Em um tablet, fica bem mais fácil tocar o botão de ação pretendido, mas o polegar fica longe do centro da tela, onde fica a área para movimentar a câmera. Na tela do iPad, por exemplo, há extrema dificuldade na hora de mudar de armas.

No decorrer do game, o jogador vai se acostumando com os controles touchscreen, ao ponto de poder realmente aproveitar a diversão. Mas aí chegam os pontos críticos das missões, exigindo tiroteios ou rápidas escapadas de carro. Ainda na primeira parte, em uma missão com 8 Ball para explodir o navio no cais, utilizar o rifle com mira telescópica (o popular sniper) com precisão é difícil e lento.

É bem provável que no Xperia Play, da própria Sony, a jogabilidade melhore muito por conta dos controles físicos específicos para games e semelhantes aos do PSP, mas não chegamos a testar dessa forma. No touchscreen, a experiência é aceitável durante um bom tempo, mas extremamente frustrante em várias ocasiões.


A boa e velha história

O roteiro de GTA 3 é divertido, com a guerra de gangues em Liberty City como pano de fundo para a ascensão de Claude no mundo do crime. Tudo isso sobreviveu intacto dos tempos do PlayStation 2, e aqui não há mudança alguma.

Grand Theft Auto III (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)Grand Theft Auto III (Foto: Reprodução/Bruno do Amaral)
 
Ou seja, mesmo com as restrições e censuras da App Store, o jogador ainda poderá buscar prostitutas na rua para ganhar “mais vida” na barra de energia. E ainda é possível matá-las logo em seguida, na melhor cartilha "politicamente incorreta" do entretenimento eletrônico dos últimos dez anos.

A dublagem é muito acima da média, ainda mais se comparando com games da App Store, sem o mesmo cuidado na produção como em grandes títulos para consoles. Há legendas em inglês, francês, espanhol, italiano, japonês e alemão. Por enquanto, nada de português.


Divertido?

Quem não gosta de deixar de lado as missões para sair provocando o caos na cidade? Esse apelo eterno em GTA está intacto. Mas se a ideia é jogar cumprindo todos os objetivos, desbloqueando novas áreas e armas, sua experiência não será tão boa quanto em 2001.