Em um negócio de quase R$ 20 bilhões (US$ 12,5 bilhões), o Google anunciou a compra da Motorola Mobility, divisão da empresa que fabrica celulares, smartphones e tablets, na manhã desta segunda-feira. Com a aquisição, o Google, que sempre foi uma empresa de software, agora passa a ser também um dos grandes fabricantes de hardware para celulares do mundo.
A decisão de comprar a empresa, segundo Page, é uma estratégia para proteger o sistema operacional Android, desenvolvido pelo Google e licenciado por 39 fabricantes de smartphones em todo o mundo. “Compramos a Motorola para proteger o Android”, disse Larry Page, cofundador e hoje CEO do Google, em conferência por telefone, à imprensa internacional.
A frase de Page faz referência à guerra de patentes entre o Google e empresas como a Apple e Microsoft. No início de agosto, David Drummond, diretor jurídico do Google, acusou publicamente as duas empresas de comprarem as patentes da Novell e da Nortel em conjunto para prejudicar o Android. O consórcio formado pelas empresas em conjunto com a EMC, Research in Motion (RIM) e Sony Ericsson comprou um conjunto de 6 mil patentes por US$ 4,5 bilhões.
Com a compra da Motorola Mobility, o Google incorporará 17 mil patentes a seu portfólio atual que ainda é pequeno, já que a empresa tem 13 anos. “Precisamos construir um portfólio de patentes e continuaremos a fazer isso”, disse Drummond hoje, durante a conferência por telefone.
No comunicado oficial do Google, Page também ressaltou a importância da aquisição da Motorola Mobility na guerra de patentes: “A aquisição da Motorola aumentará nossa competitividade já que amplia o portfólio de patentes do Google, o que ajudará a proteger o Android de ameaças anti-competitivas de empresas como Apple, Microsoft e outras”.
Sem regalias
Apesar de se tornar parte do Google, os executivos pretendem manter a Motorola como uma divisão à parte que continuará a licenciar o Android, da mesma forma que outras fabricantes, como HTC e Samsung. “O Android é aberto e continuará sendo aberto”, disse Page, em conferência por telefone, à imprensa internacional. Apesar disso, pela proximidade como a equipe de desenvolvimento, é provável que a Motorola saia na frente com produtos que usam novas versões do Android.